Governo esboça reação a ataques
O governo do estado anunciou uma série de medidas de enfrentamento para coibir os ataques criminosos que, desde a última quarta-feira (30), deixaram saldo de 13 ocorrências com a destruição de sete ônibus e investidas a unidades policiais. Duas pessoas já foram detidas. No final da tarde desta sexta-feira (1), em coletiva à imprensa, ficou definido que o policiamento será reforçado em áreas já identificadas como possíveis alvos. A sala de situação, que funciona no comando geral da Polícia Militar, foi ativada e os efetivos das polícias Militar e Civil foram mobilizados em todos os municípios.
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Nazareno Marcineiro, confirmou que a corporação irá fazer a escolta dos ônibus para coibir novos ataques. Ele também determinou uma série de medidas de reforço no policiamento e confirmou que unidades como Bope, Cavalaria, Batalhão de Choque e Canil estão de prontidão para agir rapidamente se houver outra ocorrência.
As autoridades creditam estes novos ataques ao recrudescimento do trabalho policial, principalmente no combate ao tráfico de drogas. Aliado a isso, outro fator é o endurecimento de ações dentro do sistema prisional, como o corte de regalias, as prisões efetuadas no curso das investigações da morte da agente penitenciária Deise Alves e o cumprimento da lei de execuções penais.
Na coletiva, a cúpula de segurança do estado lembrou que um conjunto de fatores levou ao fim dos ataques no ano passado. Entre eles, os confrontos policiais contra os criminosos, o número de detenções - 62 foram realizadas - e outras iniciativas que foram reduzindo o número de atentados até que eles cessaram.
O secretário de estado da Segurança Pública, César Augusto Grubba, reafirmou que a nova série de ataques é resultado de uma ação forte e efetiva dos organismos de segurança contra o crime. Ele destacou a ação integrada das agências de inteligência com o apoio de órgãos federais como Polícia Federal, Agência Brasileira de Inteligência e Exército. Já o delegado-geral da Polícia Civil, Aldo Pinheiro DÁvila, confirmou que há indícios de que a ordem para os novos atentados partiu de lideranças de uma facção criminosa que atua dentro e fora do sistema prisional.
Já diretor do Departamento de Administração Prisional (Deap), Leandro Lima, afirmou que a rotina do sistema não foi alterada. Ele não credita que os ataques tenham sido praticados após a transferência de um preso do Complexo Penitenciário de São Pedro de Alcântara para Criciúma. “Realizamos uma média de 20 transferências por dia em todo o sistema. Quero crer que não tenha sido este o motivo para esta nova onda de atentados”, completou Leandro.
Ele também citou um relatório que mostra que o índice de evasão de Santa Catarina é o menor do país. “Apenas 4,3% dos cerca dos presos que cumprem pena em São Pedro de Alcântara não retornaram dos seus benefícios de regalia”, disse o diretor. Leandro também falou sobre os 172 convênios firmados entre a secretaria de estado da Justiça e Cidadania com a iniciativa privada que permitiu que cerca de 5 mil detentos cumpram suas penas trabalhando. A secretária de Justiça e Cidadania, Ada de Luca, também participou da coletiva, além do delegado-geral da Polícia Civil, Aldo Pinheiro D’Ávila.
Informações da secretaria de Estado da Comunicação.